musicis somnum

Finalmente as reformas que eu tinha planejado foram concluídas!

Depois de mais de três meses trabalhando junto a um filho de Athena que estava fazendo arquitetura na UNR, meu pequeno cantinho de forjas estava concluído! Agora sim poderia por em prática tudo aquilo que os anões me ensinaram durante o tempo que passei com eles, só que aproveitando tudo que a tecnologia semideusa e mortal poderia oferecer em termos de equipamentos. Não que a forja deles fosse ultrapassada... Longe de mim afirmar isso já que eu nunca conseguiria fazer certas coisas que eles conseguiam fazer com os materiais.

Mas era sempre muito bom ter aparatos tecnológicos à minha disposição.

Arregaçando as mangas de minha roupa de trabalho, que consistia em um macacão, botas e luvas grossas, abri um novo arquivo no programa do computador que usaria para fazer as plantas dos meus projetos. Depois de selecionar as configurações, comecei a desenhar a varinha que iria fazer para uma filha de Hécate amiga, que conhecera algum tempo antes da forja terminar de ser reformada: Judith Barebone. Ela era olhada de lado por diversos campistas, mas era uma ótima pessoa. Como seu laboratório abrira recentemente, a garota ainda estava fazendo seu nome e, ao ouvir isso, não perdi a oportunidade de fazer um trato com ela em troca de seus serviços: um trato em forma de uma varinha forjada. Quando o desenho 3D dos dois itens ficou pronto, cada um em um arquivo diferente, fui para a área onde guardava o estoque da forja, que era bem pequeno por estar começando.

Por isso, logo separei o material para a forja dos itens que eu faria: um que a pertencia e um que era meu. Puxando uma das enormes gavetas embutidas na parede da forja, retirei a chapa de arambarium que me custara quase um rim e todas as minhas economias de reserva. Por isso, não poderia deixar o material ser desperdiçado. Meu rico dinheirinho estava em cada centímetro quadrado dessa coisa, assim a pressão sobre meus ombros era bem grande para fazer com que tal planta se traduzisse em dois lindos itens.

Já conseguia até ouvir Timotheo gritando em meus ouvidos.

Primeiramente, posicionei a chapa na cortadora e coloquei a lâmina de corte que conseguisse cortar aquele material. Separando-o em dois pedaços, deixei um deles de lado em uma mesa de auxilio e comecei a trabalhar com uma das partes, que se transformaria em uma varinha como resultado de meu esforço e técnica sobre ela, moldando-a de acordo com o requisitado.

Para me ajudar, coloquei o arquivo com o desenho 3d no modo holografia, que foi projetada em cima da bigorna (ou mesa de trabalho, como preferir chamar). Dessa forma, tinha um guia real do resultado que deveria chegar em dimensões e aparência. Depois, voltei o material para a cortadora, separando-o em duas partes nas proporções de um terço para uma delas e dois terços para a outra. Com as duas partes já separadas, as coloquei dentro da fornalha para que assim pudesse trabalhar no molde da forma e, enquanto esperava, coloquei uma música para tocar, tornando a jogar algo para me distrair durante aqueles minutos em que o fogo fazia seu trabalho.

Quando verifiquei o material pelo visor da porta da fornalha e percebi que ele já estava no ponto ideal para o processo de moldagem, peguei meus materiais para a manipulação do metal em alta temperatura: a tesoura manipuladora e o martelo de forja. Com cuidado, retirei a parte maior do material meio amolecido de lá e o transferi rapidamente para a bigorna. Era ela que assumiria a forma reta da varinha, sem muitas firulas além do leve afinamento que deveria possuir na ponta em relação a base, suavemente inserido de forma que a diferença de tamanho mal fosse percebida sem um olhar crítico. Para isso, comecei a moldar o formato cilíndrico característico desse tipo de objeto, usando o metal do martelo de forja mais como um rolo de macarrão do que qualquer outra coisa. A forma mais retangular logo foi se desfazendo, embora ainda estivesse longe do resultado final quando o material deu sinais de endurecimento, o que me fez voltá-lo para a fornalha e puxar a parte menor, para começar sua moldagem.

Fazendo o mesmo processo com as duas partes, tive que dar um tempo da forja por estar um pouco ofegante. Recolhendo o suor com a manga do macacão grosso, dei uma pausa para tomar uma água antes de voltar para o trabalho, afinal, mesmo tendo se passado duas horas, ainda estava longe de terminar o primeiro item. Enquanto retirei a parte maior para terminar o processo de moldagem, aumentei um pouco a temperatura da fornalha, para que conseguisse moldar a parte menor no formato mais curvilíneo que possuía. Demorou um tempo para que conseguisse terminar o processo, logo passando a parte maior para uma segunda fornalha, essa desenvolvida especificamente para o processo de temperagem, após aplicar uma generosa camada de cal, que se incorporaria ao material mágico, o fazendo ficar mais resistente. Dessa forma, ao mesmo tempo em que moldava as formas e firulas da base da varinha, seu meio e ponta já estariam sendo endurecidos.

Tive que fazer o processo de esquentar e resfriar a parte maior por cinco vezes, até que, ao ser retirado do óleo, a prata reluzia completamente opaca, indicando o resultado desejado. Nesse meio tempo, moldei a parte menor, que demandou uma extrema cautela conforme cada curva era feita, parte delas parecendo escavada no metal, parte parecendo ser adicionada a ele. Quando finalmente terminei, o que demorou muito mais do que o tempo da temperagem da parte maior, repeti esse processo de endurecimento, agora com o que faltava. Enquanto isso, lixei o meio/ponta da varinha, retirando qualquer imperfeição que pudesse ter sido adquirida nas etapas anteriores e a reservei. Ao terminar o processo de temperagem da base, lixei-a e a soldei com a outra parte, lixando o local onde foi feita a solda logo após o metal esfriar. Nessa hora, tive que — eu não sei explicar direito como eu faço isso, só sei que faço — reduzir a varinha por meio de marteladas para um pingente em formato de varinha de uma série de filmes chamada Harry Potter da qual a jovem filha de Hécate era fã.

Cravando um pequeno simbolo na base — um simbolo de peixe que é referência ao meu signo zodiacal —, passei uma camada de tinta marrom escuro e, após a secagem na máquina e mais duas de mãos, uma de verniz em toda a extensão da varinha e, após colocá-la na secadora para que o produto secasse, a embalei para que o autômato entregador fizesse a entrega no laboratório da garota. O QR code que tinha passado para ela no encontro foi programado dentro do robô, que a entregaria tal objeto assim que ela o apresentasse. Porém, ainda faltava o segundo item, que seria entregue para ser devolvido após encantado: Minha ocarina.

Eu sei, sou um tanto não usual em comparação com outros filhos de Vulcano. Nunca que um irmão ou irmã minha iria se interessar por música, mas o que posso fazer se, assim que Neotheo me ensinou a tocar tal instrumento, eu me apaixonei por seu som? Por isso, querendo ter um deles para mim, decidi que faria por conta própria. Era esse o motivo do trato com Judith: fazer minha ocarina ser regenerável, para que eu possa usá-la sem ter medo de um dia ela quebrar de uma forma que não tivesse chance de conserto. Ao abrir o projeto no holograma, fiquei um tempo o admirando antes de começar a trabalhar nele, um pouco nervosa por estar fazendo um instrumento em vez de algo letal.

Então, peguei a segunda parte da chapa de arambarium e, como sabia que deveria moldá-la em uma peça só, coloquei ela inteira dentro da fornalha. Os sons da música que tocava na playlist de trabalho me faziam mexer a cabeça enquanto esperava, curtindo a canção e cantando o refrão junto com a voz feminina, enquanto arriscava uns passinhos de dança no processo. Meu corpo continuou seguindo a melodia, ao mesmo tempo em que usava a tesoura para retirar a chapa amolecida e colocar em uma das pontas da bigorna, deixando parte do metal para fora. Batendo para formar o formato "ovolíneo" meio estranho do instrumento e para, após isso, transformá-lo em um colar com o símbolo de peixes — coisa que não saberia explicar mesmo, afinal, como a redução anterior, era algo que só sabia porque era filha de Vulcano —, não demorou muito para que conseguisse o resultado esperado, embora ainda tivesse que fazer os furos para que fosse funcional de verdade.

Quando olhei para o relógio, percebi que se passara mais de sete horas e que, embora não surpresa com o acontecido, tinha passado a hora do jantar, sendo quase onze horas da noite. Pelo menos, não faltava muito para acabar o instrumento, já que só precisava fazer os furos, lixar e envernizar antes de colocar os dois itens no compartimento do robô entregador.

— Bring the boys out! — cantei, embora parecesse mais um grito do que qualquer outra coisa. — Girls' generation make you feel the heat...

Pegando a furadeira com broca de diamante, furei o metal nos locais corretos para a produção do som, auxiliada por um vídeo-tutorial que tinha baixado previamente. Após o processo, lixei o instrumento, retirando toda e qualquer rebarba que pudesse ter ficado enquanto furava os buracos. Após tudo isso, apliquei uma camada de verniz e coloquei na secadora, esperando o tempo necessário para que a máquina secasse o produto. Embalando o instrumento com delicadeza, mandei junto a ele uma mensagem escrita à mão e coloquei-o dentro do robô.

— Ok, agora pode ir. — falei, dispensando a máquina, que saiu pelo elevador, voltando para a rua das forjas.

Objetos a serem adicionados:

Poderes:

Objetos a serem adicionados no inventário de Judith Barebone para posterior encantamento:

• Nirvana [Uma varinha de arambarium, com pintura de marrom escuro, feita para imitar madeira. Possui um desenho curvilíneo intricado em sua base, imitando ondas que parecem sair de dentro da varinha, por parte delas estar escavada e parte estar sobreposta ao metal. Transforma-se mecanicamente em um pingente de colar em formato de varinha. | Efeito 1: - | Bônus de forja: +15% de dano; bônus de FPA: +30 de dano | Arambarium | Alfa | Espaço para 1 gema | Status 100% | Comum | Forjado por 우은지]

• Purpose [Uma ocarina, que é um instrumento com forma parecida com a de um submarino, prateada de arambarium. Transforma-se mecanicamente em um colar com um pingente em forma de peixe. | Efeito 1: - | Bônus de forja: +15% de dano; bônus de FPA: +30 de dano | Arambarium | Alfa | Espaço para 1 gema | Status 100% | Comum | Forjado por 우은지]

PS: Aumentei a fonte, jovem, tá bom pra ler?
PSS: Esqueci de aumentar a qualidade do material pra alfa, já que ele já é beta e eu tenho um poder que diz que eu consigo elevá-lo a alfa, então...
PSSS: Conheci a Judith aqui.

Poderes: